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A Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, por meio do Programa da Diversidade Étnico-Racial de Gênero e Combate ao Bullying, lançou nesta segunda-feira (07) uma coletânea de contos africanos com personagens locais. Com 39 páginas, a obra “Contos Africanos Histórias da nossa Itajaí” reúne textos de alunos de 13 unidades municipais. 

A coletânea traz 17 contos com histórias do povo afrodescendente de Itajaí, suas marcas, origens, ancestralidade, causos e contribuições da sua cultura para o engrandecimento da cidade.

“Através do olhar sensível dos alunos é que conseguimos resgatar e contar um pouco dessas histórias. Valorizamos a memória cultural da nossa gente, rompemos barreiras do preconceito e promovemos uma integração social com respeito às diferenças de qualquer natureza para alcançarmos uma sociedade mais justa, conhecedora de suas origens e seus valores”, avalia Taysa Jeane Silva, supervisora do programa Diversidade Étnico-Racial.

“Um novo lar” é um dos contos presentes no livro. Escrito pela aluna Heloisa Patrianova, da Escola Básica João Paulo II, retrata a história de João de Deus Peixoto Brito e mais 83 angolanos que deixaram o seu país de origem, refugiados da guerra civil. Depois de 27 dias de viagem em barcos de pesca, eles chegaram ao Brasil.

“Vim para Itajaí com 14 anos de idade, com meus pais e cinco irmãos. Aqui cresci, fiz faculdade de contabilidade, trabalhei e agora me aposentei. Sou muito grato a esta terra, que tão bem nos acolheu. Desde que saí da Angola, estive três vezes em meu país e, entre os meus amigos, apenas cinco sobreviveram à guerra”, conta João de Deus.

Durante o lançamento nesta segunda-feira, 500 exemplares dos Contos Africanos foram distribuídos aos diretores unidades de ensino do município, que disponibilizarão as obras em suas bibliotecas.

“A presença da cultura e da identidade africana representa um pertencimento histórico que deve estar presente em diferentes contextos sociais, principalmente nas escolas. O caminho para o conhecimento da história e da cultura africana e afro-brasileira é a educação. Através dela temos a oportunidade de combater o preconceito e promover a igualdade racial”, finaliza a Secretária de Educação, Elisete Furtado Cardoso.